Plantas Medicinais

Projeto Ponto de Cultura Alecrim

A história do Alecrim é plena de cheiros, sabores e cores das plantas medicinais de Lençóis, dos mestres griôs de tradição oral, dos jovens, crianças e mulheres da nossa comunidade e de todos os que se encantam com a magia desse universo, transformando nossa realidade.
Com duração de três anos, o projeto que teve início em janeiro de 2009, foi elaborado pelo GAL com a assessoria de Líllian Pacheco, coordenadora da ONG Grãos de Luz e Griô.
O projeto visa potencializar valores e práticas sociais do conhecimento tradicional e da conservação ambiental entre todas as gerações e setores sociais de Lençóis, influenciando em políticas públicas de reconhecimento social da medicina popular e da cultura de amor à Mãe Terra.
Através da realização de pesquisas participativas relacionadas ao universo dos saberes tradicionais das plantas medicinais de Lençóis, o grupo vivencia e registra, com os (as) griôs e mestres (as) da tradição oral, informações que abordam as áreas medicinal, alimentícia, cosmética e espiritual. Esses temas vêm sendo trabalhados em diversas atividades, como na criação de materiais pedagógicos, construção de viveiro de plantas medicinais, oficinas de fotografia e vídeo, oficinas de permacultura e educação ambiental junto às escolas de Lençóis.

Entre mestres e ervas

Os encontros do grupo de trabalho do Alecrim acontecem semanalmente e são iniciados com vivências de integração com contação de histórias, leitura de poesia, cantigas populares e mantras à Mãe Terra, orações e exibição de vídeos.

“Esses momentos abrem nossas almas para o encontro com o conhecimento e com as pessoas ao nosso redor”, contam alguns participantes.

Em 2009 foram realizadas oficinas de permacultura, com a construção de um canteiro de ervas, semeadura de oitenta mudas de árvores e identificação de setenta espécies de plantas existentes na sede do GAL.

“Quando descobrimos o valor que têm as plantas medicinais sabemos dar mais valor à natureza.” Diego Cruz, 20 anos.

No laboratório de comunicação, o grupo aprendeu a utilizar equipamentos de fotografia e vídeo, transcrevendo entrevistas e selecionando fotografias e imagens de vídeos feitos com os mestres, além de editar um primeiro vídeo do Projeto Alecrim, que está disponível no laboratório de comunicação do GAL.
Em busca das plantas medicinais e dos griôs e mestres, o grupo caminhou pelas ruas da cidade de Lençóis e das comunidades do Barro Branco e do Remanso, encontrando vinte parteiras, benzedeiras, erveiros e pais de santo do jarê e 58 tipos de plantas utilizadas por eles.    
  
“Foram momentos maravilhosos de criação de vínculos com esses sábios mestres e registramos  do      em fotografia, vídeo, áudio e em nossos corpos. Estamos trabalhando para compartilhar esse conhecimento com os interessados”, conta o grupo.

O GAL faz parte da Rede Ação Griô Nacional com o Projeto Alecrim. Ao lado da griô aprendiz Nilê Griô, o Mestre Nildo leva os conteúdos trabalhados no Alecrim para as escolas da nossa comunidade.


O Projeto Alecrim foi aprovado no Edital de Pontos de Cultura da Bahia e é financiado pelo Programa Mais Cultura, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia em parceria com o Ministério da Cultura.

“Existe o benefício de estarmos compartilhando e trocando esse conhecimento, o que o torna vivo. Valorizar esse conhecimento é valorizar as pessoas que o detém. Incentivar a prática é trabalhar com saúde.” Fernanda Sindlinger, educadora, 31 anos.


“Gostei muito da Ação Griô porque tava mostrando que não vai apagar o sentido antigo das coisas”. Mestre Nildo, 57 anos, mestre griô dos conhecimentos tradicionais das plantas medicinais.